BARRETOS: EU FUI!

################### CONTEÚDO EXCLUSIVO #######################

Uns vão para Nova York. Outros vão para Barretos. Sendo assim, lá fui eu pela primeira vez para a Festa do Peão de Boiadeiro mais famosa do Brasil, que terminou fim de semana que passado.




E quer saber? Valeu. Tudo vale a pena se a alma não é pequena. Pra mim, funcionou como uma pesquisa etnográfica, onde quebrei alguns paradigmas meus, descobri algumas coisas interessantes e mantive alguns preconceitos saudáveis.

Sim. Eu odeio música sertaneja e qualquer coisa relacionada a essa subcultura de agroboy. Isso não mudou.  Mas, pelo menos, conferi que Barretos não é bem assim como uns e outros dizem...

BARRETOS FACTS:





1) Em Barretos, as emoções começam antes mesmo de chegar na Cidade. Saindo do Rio de Janeiro, com destino a Ribeirão Preto, a gente pega um avião meio... diferente. É algo entre um boing e um teco-teco, operado pela companhia Passaredo. Que, carinhosamente, é conhecida como "Passa Medo", ainda mais numa época em que aviões estão caindo e desaparecendo como nunca.


2) Barretos não tem boi.
Por incrível que pareça, na cidade-sede do maior evento de boiadeiros não se vê boi com muita facilidade. Ao longo da estrada que liga Ribeirão Preto a Barretos, dá pra contar nos dedos de uma mão quantos bois aparecem pelo caminho. É que as fazendas, que um dia foram pastos, atualmente dedicam-se quase que exclusivamente ao plantio da cana-de-açúcar, desde que grandes usinas produtoras de etanol chegaram à região. Na estrada, até elefante (!)  e o Cristo Redentor (!!!) eu vi antes do primeiro boi.



3) Barretos não é tão country assim.
Ainda estou falando da cidade, não do festival. Os nativos chegam a fazer questão de dizer que quem anda de chapéu, bota e camisa xadrez (em pleno clima seco de deserto), escutando música sertaneja nos últimos volumes, é turista. Não, morador. Grandes eventos, em geral, têm esse poder sobre uma cidade. Parece ser quase uma obrigação as pessoas se fantasiarem com o "tema" em questão. Nada muito diferente das patricinhas do Rock in Rio, que desfilavam com camisetas de bandas que nunca ouviram falar, tipo Ramones. 


4) Barretos não é tão "classe c" assim.
Gente brega e cafona tem em qualquer lugar, em qualquer classe social. Vide as "Quintanejas" da vida e o funk bombando nos camarotes de luxo. Por isso, trilha sonora não tem nada a ver com atestado de riqueza ou pobreza. No Parque do Peão, os ingressos mais baratos, dependendo do dia, chegavam a custar R$ 100. Isso pra ficar lá no meio da muvuca. Pois, as áreas VIP eram vendidas por até R$ 800. 



  
5) Barretos não é tão barra pesada assim.
Aliás, pelo que pude conferir, não vi confusão nenhuma. Tudo bem que festival com muita gente (mais de 100 mil por dia) e com muita gente junta é meio caminho andado pra confusão. Mas, nem rolou. Ou, pelo menos, eu não vi. E, considerando que até no Rock in Rio teve arrastão durante o show do David Guetta, achei até bem tranquilo. (Mais uma vez a comparação com o Rock in Rio porque, na boa, guardadas as devidas proporções, tem muita semelhança. Até tirolesa.)          





6) Barretos é patrimônio da arquitetura moderna. Ou quase.
Você sabia que o Parque do Peão de Barretos foi projetado por Oscar Niemeyer, nos anos 80? Tanto que a arena principal tem forma de ferradura, seguindo a tradição das curvas que marcam a obra do arquiteto. Mas, infelizmente, Niemeyer morreu lamentando a construção de um "espigão" destinado aos camarotes premium, que descaracterizou o projeto inicial.           


 
7) Jovem é jovem em qualquer lugar.
Taí uma teoria que eu vivo defendendo. Tire o chapéu, tire o fivelão e o que você tem? Um jovem igual a todos os outros. Pode culpar a televisão, pode culpar a internet. Mas a verdade é que o acesso, as referências e até os gostos dos jovens adultos de todo o mundo está cada vez mais parecido. Pop é pop em qualquer lugar. Sucesso é sucesso em qualquer lugar. Bombação é bombação em qualquer lugar. Não tem essa de que Barretos é roots e que lá o povo só gosta de música sertaneja. Tanto que os stands que mais exploravam essa coisa de touro mecânico etc nem encheram. E foi assim que eu toquei Metallica, Nirvana e Phoenix na pista de dança oficial do evento (disputando público com Anitta e Chiclete com Banana!). E ninguém vai tirar esse sorriso da minha cara. :)


Sim, valeu a pena.
Mas, na próxima, eu vou pra Nova York, tá?



Homeless Fonts


Eu gosto de pensar no Homeless Fonts como a primeira iniciativa tipográfica-social já produzida.

Criada pela Fundación Arrels Barcelona com a The Cyranos McCann, foram desenvolvidas coleções tipográficas baseadas na escrita de vários sem-teto. Essas pessoas - muitas vezes invisíveis - que se expressam através de placas e cartazes enjambrados para pedir ajuda, mandar uma mensagem ou simplesmente dividir um pensamento com quem passa na rua.

Workshops com esses letristas geraram famílias tipográficas únicas que passaram a ser comercializadas pelo site. Pra mim, o mais bonito do projeto é poder conhecer a história do sem-teto criador da tipografia e saber que, pelo menos nesse caso, a renda vai diretamente para o criador. Revistas, empresas e designers do mundo todo já aderiram a causa.

https://www.facebook.com/homelessfonts

http://www.homelessfonts.org/

leia mais aqui.

Guerra ao Drugo.

Era uma vez, em um reino não muito distante...


Fim?

Sobem os créditos...

Título: Guerra ao Drugo
Diretor Geral de Criação: Marcello Serpa
Criação: Marcello Serpa, Pernil, Andre Gola
RTVC: Vera Jacinto, Rafael Motta, Diego Villas Bôas
Produtora: Vetor Zero / Lobo
Direção: Gabriel Nóbrega
Diretor de arte e assistente de direção: Diego Coutinho
Fotografia: Alexandre Elaiuy
Atendimento Produtora: Roberta Reigado, Thais Lopes
Produção Executiva: Alberto Lopes, Sergio Salles, André Rosa
Finalização: Vetor Zero / Lobo
Produtora de som: Raw Audio
Produtor: Hilton Raw, Fernando Forni
Atendimento produtora: Pity Lieutaud, Robério Barbosa
Atendimento: Carolina Derra
Aprovação: Ilona Szabó, Rebeca Lerer e Joanna Guinle

Em cartaz no CCSP. 

Um brinde ao poder do teaser.

Tem gente que até não gosta. Mas a grande verdade é que, sim, teaser funciona. Quando bem feito, é claro.

Nos últimos dias, "frases misteriosas" chamaram a atenção dos curiosos, como há muito tempo uma campanha não fazia.



Em época de nerdice, onde o Google transformou todo mundo em detetive (da vida dos outros, principalmente), não demorou muito para as especulações começarem.



Foi um tal de especulação pra cá, de conspiração pra lá, de acharem que era campanha da Coca-Cola (que até está, atualmente, levantando um pouco dessa bandeira de "conexão com a vida real")...


 
Mas, realmente, não existem segredos para a internet. Os mais cabeçudos (e desocupados), no melhor estilo Arquivo X, descobriram a verdade que estava lá fora: o domínio do site "Um Brinde À Vida Real" estava registrado para a Diageo, gigante do ramo de bebidas destiladas.

 

Aí ficou fácil. Já que todo mundo, além de detetive, também é um pouco designer, foi ver qual a marca, dentro do portfólio da Diageo, tinha aquele vermelho, aquela fonte... e...



Voilà! Todo mundo já sabia. Mas, hoje, a Smirnoff revelou sua nova campanha e seu novo posicionamento, criados pela W+K de São Paulo. 


Teaser funciona! Mas tem um problema. Muitas vezes, a geração da expectativa é muito melhor do que a revelação da campanha. Eu acho (apenas acho) que foi o caso...

E você, o que achou?

Música para mudar o mundo

A Ogilvy & Mather Bangkok criou um filme emocionante para a uma companhia de seguros tailandesa. Ele fala sobre o poder transformador da música contando a história real do menino que usa suas habilidades (muitas vezes questionada pelos colegas) com o violão para ajudar sua mãe com câncer.

Apelativo sim, mas eu chorei. Vale a pena assistir.

"2nd Lives" kit


Se tem um conceito que eu vou defender sempre, é a capacidade de dar novos usos a produtos e materiais. Essa é - na minha opinião - a forma mais inteligente e acessível de sustentabilidade e cuidado com o ambiente em que vivemos.

A Coca-Cola, envolvida desde sempre na polêmica sobre os resíduos de suas embalagens, criou o 2nd Lives Kits. A iniciativa busca trazer novos significados às garrafas PET vazias e que normalmente iriam para o lixo. Ou seja, sua Coca-Cola pode virar um apontador de lápis, um pote de bolha de sabão, um borrifador de plantas, um pincel colorido, um chocalho para crianças e muitas outras coisas.

Para compor os kits, a Coca-Cola e a Ogilvy & Mather China criaram 16 ideias de caps inovadores. Só resta saber se esses novos caps foram feitos de material reciclado também :)

via Adweek