ABRINDO EL OJO

################ CONTENIDO INTERNACIONAL EXCLUSIVO ###################

Semana passada, yo tive mi major experiência Global en Geometry: la ida para o festival El Ojo de Iberoamerica, en Buenos Aires. E mira que yo no estoy hablando da viagem em si. Chimba* mesmo foi mirar como funciona el network e o câmbio de referência entre los países da America do Sul. Coisa da qual, infelizmente, o Brasil no participa. E por nuestra culpa.   

Usando como desculpinha la "fronteira" de ser el único país que no habla castellano, en toda la América Latina, nosotros não conhecemos (e nem hacemos questão de conhecer), por exemplo, la música da Argentina (tango e Gotan Project não valem), el cinema da Colômbia, la literatura do Equador... e por aí vai (no caso, não vai).

En nuestro mercado, no és mucho diferente. A gente até conhece alguns cases, algumas ideias... pero não conhece las personas, las agências e, principalmente, las oportunidades que nuestros hermanos podem nos dar.

Daí, o que o Brasil faz? Cria su própria premiação de propaganda latina, o Wave - visto como "festival para brasileiros", pelos demais países -, e se isola mucho más.

Volvi de Buenos Aires acreditando mucho que el caminito certo é este que a gente da Geometry Rio está trilhando: fechar com a galera latina. Além de muito competentes, nuestros vizinhos ainda são de muy buena onda.

Este contenido, escrito em portuñol, és una homenagem a ellos.

Abajo, algumas coisas legais que mirei por lá e que, ahora, compartilho com ustedes.

Dale!

(Nota de la redación: *"Chimba" é algo como "do caralho", para os Colombianos.) 


No meio de tantas ideias megalomaníacas, três delas me chamaram a atenção por serem ridiculamente simples e, principalmente, pela pegada de shopper na veia.

Sabe aquele papo de estar onde o consumidor está? Entonces...



E quando você precisa de apenas uma foto para fazer uma ideia foda e, de quebra, ainda fazer o bem? APENAS. UMA. FOTO.



Ou de apenas um selo? APENAS. UM. MALDITO. SELO! 


Muy bien, vamos falar das superproduções. Este ano não teve pra mais ninguém. A DDB de Madrid levou e vai continuar levando tudo.


Mas o meu favorito, da América Latina e do mundo, ainda é este aqui: 


Por falar em próteses...


Por falar em emoção...


Mais um pouquinho de emoção?


E, pra fechar, falemos de inovação...



Sobre as palestras, achei tudo meio fraquinho. Tudo meio que pra estudante (grande parte do público, inclusive). Minha impressão é que, enquanto Cannes já caminha em uma direção mais de TED - onde profissionais de outras indústrias e áreas de conhecimento falam para pessoas de criação -, o El Ojo ainda insiste em medalhões de comunicação falando sobre comunicação para gente de comunicação. Sempre fica aquela sensação de que você já ouviu tudo aquilo antes. E há muito tempo. 

Mas, justiça seja feita, a melhor conferência para o povo de criação veio de um planner. Vale muito a pena ver e ouvir o que o Juan Luis Izasa - VP de planejamento da DDB Latina - tem pra dizer.  


Estas foram algumas das coisas mais vitoriosas, ou mais curiosas, ou que eu curti mais no El Ojo 2015. Lembrando de outras, divido com vocês.

¡Hasta pronto!

¡Muchas gracias, Geometry Global Rio, pela oportunidade!

BARRETOS: EU FUI!

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Uns vão para Nova York. Outros vão para Barretos. Sendo assim, lá fui eu pela primeira vez para a Festa do Peão de Boiadeiro mais famosa do Brasil, que terminou fim de semana que passado.




E quer saber? Valeu. Tudo vale a pena se a alma não é pequena. Pra mim, funcionou como uma pesquisa etnográfica, onde quebrei alguns paradigmas meus, descobri algumas coisas interessantes e mantive alguns preconceitos saudáveis.

Sim. Eu odeio música sertaneja e qualquer coisa relacionada a essa subcultura de agroboy. Isso não mudou.  Mas, pelo menos, conferi que Barretos não é bem assim como uns e outros dizem...

BARRETOS FACTS:





1) Em Barretos, as emoções começam antes mesmo de chegar na Cidade. Saindo do Rio de Janeiro, com destino a Ribeirão Preto, a gente pega um avião meio... diferente. É algo entre um boing e um teco-teco, operado pela companhia Passaredo. Que, carinhosamente, é conhecida como "Passa Medo", ainda mais numa época em que aviões estão caindo e desaparecendo como nunca.


2) Barretos não tem boi.
Por incrível que pareça, na cidade-sede do maior evento de boiadeiros não se vê boi com muita facilidade. Ao longo da estrada que liga Ribeirão Preto a Barretos, dá pra contar nos dedos de uma mão quantos bois aparecem pelo caminho. É que as fazendas, que um dia foram pastos, atualmente dedicam-se quase que exclusivamente ao plantio da cana-de-açúcar, desde que grandes usinas produtoras de etanol chegaram à região. Na estrada, até elefante (!)  e o Cristo Redentor (!!!) eu vi antes do primeiro boi.



3) Barretos não é tão country assim.
Ainda estou falando da cidade, não do festival. Os nativos chegam a fazer questão de dizer que quem anda de chapéu, bota e camisa xadrez (em pleno clima seco de deserto), escutando música sertaneja nos últimos volumes, é turista. Não, morador. Grandes eventos, em geral, têm esse poder sobre uma cidade. Parece ser quase uma obrigação as pessoas se fantasiarem com o "tema" em questão. Nada muito diferente das patricinhas do Rock in Rio, que desfilavam com camisetas de bandas que nunca ouviram falar, tipo Ramones. 


4) Barretos não é tão "classe c" assim.
Gente brega e cafona tem em qualquer lugar, em qualquer classe social. Vide as "Quintanejas" da vida e o funk bombando nos camarotes de luxo. Por isso, trilha sonora não tem nada a ver com atestado de riqueza ou pobreza. No Parque do Peão, os ingressos mais baratos, dependendo do dia, chegavam a custar R$ 100. Isso pra ficar lá no meio da muvuca. Pois, as áreas VIP eram vendidas por até R$ 800. 



  
5) Barretos não é tão barra pesada assim.
Aliás, pelo que pude conferir, não vi confusão nenhuma. Tudo bem que festival com muita gente (mais de 100 mil por dia) e com muita gente junta é meio caminho andado pra confusão. Mas, nem rolou. Ou, pelo menos, eu não vi. E, considerando que até no Rock in Rio teve arrastão durante o show do David Guetta, achei até bem tranquilo. (Mais uma vez a comparação com o Rock in Rio porque, na boa, guardadas as devidas proporções, tem muita semelhança. Até tirolesa.)          





6) Barretos é patrimônio da arquitetura moderna. Ou quase.
Você sabia que o Parque do Peão de Barretos foi projetado por Oscar Niemeyer, nos anos 80? Tanto que a arena principal tem forma de ferradura, seguindo a tradição das curvas que marcam a obra do arquiteto. Mas, infelizmente, Niemeyer morreu lamentando a construção de um "espigão" destinado aos camarotes premium, que descaracterizou o projeto inicial.           


 
7) Jovem é jovem em qualquer lugar.
Taí uma teoria que eu vivo defendendo. Tire o chapéu, tire o fivelão e o que você tem? Um jovem igual a todos os outros. Pode culpar a televisão, pode culpar a internet. Mas a verdade é que o acesso, as referências e até os gostos dos jovens adultos de todo o mundo está cada vez mais parecido. Pop é pop em qualquer lugar. Sucesso é sucesso em qualquer lugar. Bombação é bombação em qualquer lugar. Não tem essa de que Barretos é roots e que lá o povo só gosta de música sertaneja. Tanto que os stands que mais exploravam essa coisa de touro mecânico etc nem encheram. E foi assim que eu toquei Metallica, Nirvana e Phoenix na pista de dança oficial do evento (disputando público com Anitta e Chiclete com Banana!). E ninguém vai tirar esse sorriso da minha cara. :)


Sim, valeu a pena.
Mas, na próxima, eu vou pra Nova York, tá?