Reestudando as garrafas on the go

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Afinal, quem disse que garrafa precisa ser circular, não é mesmo?

Organizar uma mochila com seus equipamentos eletrônicos para o dia inteiro, um casaco e uma garrafa de água nem sempre é a coisa mais fácil que existe.

Salvo em mochilas onde existe um compartimento lateral para incluir a tal garrafinha, coloca-la junto dos seus gadgets pressupõe uma boa dose de preocupação com espaço, posição e possíveis vazamentos, já que o design arredondado é ótimo para segurá-la, mas bem incômodo para leva-la na bolsa.

Será que não seria mais fácil se as garrafinhas fossem planas, mais parecidas com cadernos e tablets?

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É essa a proposta da Flank, uma empresa australiana, com o lançamento da 

Memobottle

. Trata-se de uma garrafa quadrada, que é vendida em formato de folhas de papel – você pode comprar uma garrafinha A5 (de 750ml), uma A4 (1,25L) ou uma tamanho ‘carta’ (1,25L) – e que lembra um pouco as frasqueiras de whisky, só que transparentes e um bom tanto maiores.

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Cada uma das memobottles pode ficar de pé sobre uma mesa, apoiada em uma das laterais, e cabe com mais facilidade em bolsas e mochilas feitas para carregar notebooks. Pela sugestão de ser carregada próxima à eletrônicos, a fabricante se preocupou em desenvolver um produto a prova de vazamentos.

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O sucesso foi imenso: a campanha no Kickstarter já arrecadou mais de 230 mil dólares australianos, bem mais do que os 15 mil necessários para financiar o projeto. Nessa última semana, ainda dá para adquirir a sua garrafinha flat por um preço especial, a partir de 23 dólares australianos (o equivalente a cerca de 50 reais), que os fabricantes prometem a entrega até o Natal. Pode ser um interessante presente para as festas de fim de ano.

Matéria do Brainstorm9

RoomAlive - Microsoft transforma salas em displays interativos

O time de pesquisa da Microsoft está desenvolvendo um sistema escalável e de fácil instalação para a criação de ambientes interativos. O protótipo, chamado RoomAlive, é capaz de mapear as superfícies e objetos de um quarto, e usar as informações para projetar conteúdo "contextual" a partir das características do ambiente. Em suma, o sistema pode projetar chuva que "escorre" pelas paredes e faz poça no chão, ou um jogo onde pequenos monstrinhos aparecem atrás de móveis, ao redor de colunas etc. 

O bicho já funciona e, apesar da demonstração não ser bonita, já prova o que é possível fazer ainda nos estágios iniciais da ideia.


Isso dentro de uma loja ia fazer um barulho, hein?
 

O Casamento das Prefeituras: uma história de amor e um case de social media.



Love is in the web.

Tudo começou com a Prefeitura de Curitiba que, para perder de uma vez a imagem de cidade careta e antipática, começou a maior zoeira em seu perfil do Facebook.



O modelo, inovador no Brasil, foi instaurado em março de 2013, pela equipe de mídias sociais da administração municipal. Desde então, já são mais de 127 mil fãs no Facebook e 23 mil seguidores no Twitter.

Em comparação a outras capitais, Curitiba supera até mesmo o Rio de Janeiro, que tem o triplo da população, mas apenas 104 mil fãs. Já São Paulo nem mesmo possui página oficial centralizada no Facebook.



Mas, peraí, como assim Curitiba, de uma hora pra outra, começa a ter mais fãs e ainda ficar mais divertida do que o Rio de Janeiro? A Prefeitura Carioca, que já gosta de uma bagunça, resolveu responder. E a resposta veio na forma de um pedido



Curitiba fez doce. Respondeu: "Precisamos nos conhecer melhor".

O Rio insistiu, fez campanha e o movimento #AceitaCuritiba bombou. 





Pronto. Foi um verdadeiro reboliço nas redes sociais. E não só por parte dos "amigos" do "casal". As outras prefeituras, do Brasil inteiro, entraram na festa por um pedacinho desse buzz.

A Prefeitura de Palmas, no Tocantins, se candidata a ser madrinha do casal e ainda oferece uma viagem. Cuiabá assume a responsabilidade pelo buffet da festa.



A Prefeitura de Mariana, em Minas Gerais, abriu as portas de suas igrejas barrocas para a cerimônia religiosa. Ouro Preto, a irmã mais nova, colocou logo sacanagem no meio: além de recomendar que a lua-de-mel fosse por lá, ainda sugeriu uma "relação a três".  



Segundo Marcos Giovanella, diretor de internet e mídias sociais da Prefeitura Municipal de Curitiba, o que há de mais legal nisso é a predisposição de outras administrações para conversar e mostrar o que estão fazendo em determinadas áreas, como o meio ambiente por exemplo.

"Não foi nada combinado, sempre recebemos pedidos de casamento na página e o pessoal do Rio foi muito inteligente em usar esse tema. Acho que os cidadãos ganham muito com isso, conhecendo mais os serviços prestados pelos seus órgãos públicos", esclarece.





Por enquanto, a história está assim. Mas ainda deve vir muito mais por aí.  

Tudo isso comprova as dicas de Pablo Tajer, Creative Strategist do Facebook, que ensinam as empresas e instituições a serem mais criativas na rede social de Mark Zuckerberg. O primeiro dos seis ensinamentos de Pablo (vale a pena conhecer todos) é: tente parecer uma pessoa, não uma empresa.  

Mas o mais legal é ver que, em plena ditadura da chatice e do politicamente correto, ainda tem muita gente que se diverte trabalhando e que trabalha se divertindo. E faz disso um verdadeiro fenômeno que movimenta o país inteiro. O mais bizarro é isso vir logo da comunicação de administrações públicas que, teoricamente, deveriam ser as instituições mais caretas da galáxia. 

É, amiguinhos, existem razões para acreditar.
 

Discutindo com uma estátua de aço

(Esse texto foi publicado originalmente na minha página do Medium. Achei que fazia sentido falar disso por aqui também.=) ) 




Na minha família, discussão é o esporte favorito do jantar. Não no sentido de conflito, mas de debate. Para quem vê de fora, as discussões na mesa dos Drable podem parecer acaloradas (e um pouco barulhentas), mas isso é só parte da dança, não um início de briga. Pelo contrário: quase sempre, os participantes estão se divertindo.

Nessas discussões, vale de tudo: real time check de dados no Google, humor depreciativo, talheres usados para enfatizar afirmações e qualquer coisa que conte pontos para o seu argumento. Mas talvez a gente esteja discutindo errado. Percebi há pouco, quando li sobre uma das estratégias mais perigosas e incríveis para discussões: o Steelmanning.

É o seguinte.

Quando você assiste a um debate político na TV, normalmente os candidatos não estão interessados em aprender, produzir conhecimento ou chegar a algum ponto concreto na discussão. Ali, o jogo é minar a imagem do adversário contrapondo suas propostas e conceitos com ataques frontais para ganhar uma aparente superioridade. Pra isso, existe uma estratégia chamada “falácia do espantalho”. Em linhas gerais, basta pegar o argumento do seu adversário e reduzir aos pontos frágeis, pra torná-lo mais fraco do que ele realmente é, e depois “desmoralizar” a ideia como um todo. Essa tática funciona quando o necessário é ser o “vencedor” de uma discussão.

Só que em debates internos na empresa (ou no jantar em casa), não serve de nada sair vitorioso e nunca chegar a aprender com o processo. Em teoria, estamos todos jogando pelo mesmo lado e interessados na sobrevivência das melhores ideias. Na prática, nossas discussões deveriam servir para esse propósito. É aí que entra o Steelmanning, ou em tradução livre, “criar uma estátua de aço”.

Steelmanning é simplesmente praticar o inverso da falácia do espantalho. Em vez de expor os pontos frágeis da argumentação do seu adversário, a ideia é tornar o argumento contrário o mais forte possível, para depois, se ainda fizer sentido, derrubá-lo completamente. Vi uma definição anônima na internet que explica bem o conceito.


“Se você está interessado em ficar do lado “certo” de uma disputa, você vai refutar os argumentos dos seus oponentes. Mas se você quer encontrar uma Verdade, deve consertar os argumentos deles. Para vencer, não basta lutar apenas com a criatura que aparecer; você deve lutar contra a coisa mais horrível que puder ser construída do seu cadáver.”


Praticar o Steelmanning é incrível por alguns motivos:


1 — Prova que você entendeu o argumento do outro

Se você quer construir um argumento melhor do que o apresentado, precisa compreender inteiramente as forças e fraquezas do que está na sua frente. Isso te dá uma visão melhor da discussão e pode ajudar a entender as fragilidades do seu próprio discurso.


2 — Evita que os dois lados percam tempo concordando

Acontece mais do que gostamos de admitir: duas pessoas discutem o mesmo ponto durante algumas horas sem sair do lugar, porque nenhum dos lados percebe que está falando a mesma coisa em formas diferentes. Quando um lado entende exatamente o argumento do outro, fica fácil perceber se os contrapontos são, na verdade, a mesma opinião.


3 — Fortalece seu argumento na marra

Bater em cachorro morto é fácil. Contrapor seus pensamentos a oponentes realmente fortes é a melhor forma de tornar seu argumento mais resistente. E se o lado de lá não está oferecendo uma boa luta, cabe a você elevar o nível da discussão até que o embate valha a pena.


4 — Obriga você a revisitar seus conceitos

O exercício de fortalecer o argumento contrário ao seu tem um risco curioso: você pode acabar chegando à conclusão de que o lado de lá está certo. Até seria possível minar o adversário com eloquência e ritmo, mas pra quem quer produzir conhecimento, de que adianta sair vitorioso de uma reunião onde se decidiu implementar a solução errada?


5 — Torna mais fácil mudar de lado

Já aconteceu de você perceber que está errado no meio de uma discussão? Muita gente continua forçando o debate e andando em círculos pra não admitir derrota. Isso consome tempo e paciência de todo mundo. Se depois de criar uma Estátua de Aço você não conseguir derrubá-la, provavelmente o argumento do outro lado da mesa é mesmo mais forte que o seu, e fica bem menos dolorido virar a casaca.


Está decidido. Da próxima vez que me sentir tentado a derrubar um argumento, antes vou torná-lo o mais forte possível. Provavelmente vou perder várias das próximas discussões, mas vai ser interessante ver o que dá pra aprender no caminho.

E aí? Você criaria uma estátua de aço?